quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

*CRESCIMENTO*

"Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos) e embarcar numa jornada em busca da verdade (interna ou externa), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um que encontre no caminho como professor, e se estiver preparada, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesma... Então a verdade não lhe será negada." Elizabeth Gilbert

sábado, 28 de abril de 2012

*RELATO*

1 ou 2 = 0
Talvez sejamos um ou uno. Sinto-me como um grande corpo constituído de infinitas células, variados tamanhos, formas, texturas, encontros e desencontros entre sólidos e líquidos, uma soma, uma multiplicação, muitas vezes se aproximam, em outro momento, se afastam... Procuro caminhar por esta ponte sem muita sede, sem muita fome, a comida precisa ser mastigada lentamente, o aparelho digestivo da alma precisa de tempo enquanto a água que bebo precisa escorregar para não engasgar. E são tantos alimentos novos antes não provados. Para mim sempre existe uma mistura de encantamento com realidade no ato de mastigar novos sabores. Continuo a andar ampliando este fio condutor do meu corpo em relação a este grande corpo que piso... que respiro... que me derramo... que adormeço e desperto. Muitas vezes a pele está exposta no invisível que piso. Hoje meu lugar é aqui, sem medidas de contentamentos, com lágrimas e sorrisos continuo a ser o corpo que ajuda a escrever a história. Como diz Gil:'o melhor do mundo é aqui e agora' ou seguindo mais inspirações somamos o Caetano:'o melhor lugar é ser feliz' Sigo contamplando o sentimentos... Novas direções... Novos modos de pensar... Novos modos de ser... Quero sugar da vida o impossível que nela se oculta, com a alma florida e uma vontade imensa de compartilhar. Comemora-se a vida dançando!! Preciosa seja a arte que escorre pelas ruas, que se desdobra no ato da criação, redescobrindo ainda o que não se viveu. O mundo sem a arte seria um mundo contraído do hábito, tudo tão pouco, tudo tão idêntico. Automatização. Nada de novo. Um mundo de produção em série. Nós escravos do hábito e do tempo, remando, cheio de bolas de ferro nos pés, que nos aprisionam ao fundo do barco. Não vemos o mar. Não vemos o céu. A travessia está interditada. Porém a construção desta ponte que nos leva a pensar, questionar, agir, transformar; é possível. Como diz Saramago: "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara." Julieta Menezes

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

*ESTRADA*

"Estrada torta Ladeira curva Onde eu me acho Nesta floresta escura? Meu pensamento vira poeira no ar ela passa invisível Coração: esfolado... alterado... disparado... Para longe dos corpos que dançam! Distancia sustentável Garganta sufocada Narinas congestionadas Hoje mais do que ontem Sinto muita falta... Tantos corpos Tantas pessoas Tanto vazio Que ecoa... Tanto mar Tanta festa Tanto sol Tanto resta Enxergo os olhos Sinto as janelas Desalmas que sofrem Horizontes que entopem." (Julieta Menezes)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

*BUSCA*

“Ando... Corro... Percorro... Uma trilha i sonora, O silêncio me guia na escuridão dos trilhos, calcados por peles expostas no invisível que piso. Paro... Ando... Atropelo... Talvez busque por toda minha vida os contornos geográficos da alma, acredito que em cada um de nós esconde-se uma paisagem interna, para alguns se chama sorte encontrá-la, correndo tranquilamente como água sobre pedras, vigor acomodando-se aos seus contornos fluidos, e se sentem ‘em casa’. Outros conseguem encontrar no lugar em que nasceram; outros ainda podem abandonar uma cidade à beira-mar, sentindo-se cansados e sedentos, descobrindo-se vigor no deserto. Existem ainda aquelas pessoas que nascem no sossego dos campos e que sentem prazer somente na solidão intensa e agitada da grande metrópole. Para alguns, a busca é pela nódoa de um outro; um pai ou um filho, um avô ou uma mãe, um irmão, um amante, um marido ou até um inimigo. Podemos passar o resto da vida felizes ou infelizes, bem realizados ou fracassados, amados ou não amados, sem nunca pararmos imóveis pelo choque do reconhecimento, sem jamais sentirmos a angústia do momento em que o grilhão retorcido em nossa alma se desprende, e afinal encontramos nosso lugar. Já estive ao lado de jovens infratores com corpos amarrados, mas corações libertados, olhavam com espanto e incompreensão a dor e o sofrimento de seus destinos, sentidos por um mundo que jamais sentiram-se amados. Como também já estive ao lado de jovens como corpos livres, mas corações amarrados, correndo em reverso em busca de sentidos.” Julieta Menezes

domingo, 18 de julho de 2010

*QUADROS*(Homenagem a Profª Norma Takeuti)

"Morre todos os dias muitas pessoas simbolicamente:

Pela castração de pensamentos, de movimentos, de idealizações, de paixões e etc.

Eu chamaria de morte matada este tipo de assassinato e não de morte morrida, a qual chamaria a morte acontecida de fato.

Te pergunto:

Qual a pior morte?

Morte morrida ou morte matada?

Como queres viver?

Morto vivo ou Vivo morto?

Isto aqui não é uma brincadeira popular, deixemos as crianças na ludicidade e vamos refletir esta questão como adultos que somos.

Será que ser vivo é apenas estampar a cadeira em uma universidade depois de tomar um banho quente, se perfumar 'a La francesa' e vestir um jeans 'diesel'?

É muito incompreensível para mim compreender que um ser passe nove meses para nascer e que ainda depois de nascido passe por várias experiências em todo seu processo de desenvolvimento apenas para estampar um quadro na parede social.

Não viemos ao mundo para sermos personagens de um livro autobiográfico exclusivamente.

Não viemos com uma história contada e acabada.

Somos personagens ativos de outros autores e escritores não somente do 'eu', mas do 'nós'.

Está na hora de sair do quadro, é preciso cansar da monotonia engessada da estampa, não somos 'obras de arte', não podemos ser vendidos, trocados ou guardados em museus.

Quero ouvir vozes incontroláveis de indignação, protestos e dúvidas.

Sinto a necessidade de enxergar corpos que falem singularmente e não pluralmente, indiferentes aos vômitos dos meios de comunicação de massa.

Vamos deixar de ser vivo morto, a nossa missão no universo não é somente de 'existir', mas 'resistir' diariamente a insistência da sociedade em nos assassinar lentamente.

Somos vítimas de um crime sem julgamentos, sem justiça e sem direitos.

Estamos jogados em prisões com corações amarrados e sentimentos atados.

A liberdade está do outro lado da porta e se não abrir não tem mais volta

E te afirmo:

A chave está em cada um de nós.

Vasculhe...

Limpe...

Passe horas desarrumando e arrumando o que tem dentro de você.

Jogue fora tudo que não te serve mais

Se liberte!!!

Já parou para pensar que o assassino está solto enquanto você está preso?

Até quando??? "

 

(Julieta Menezes)

 

 

segunda-feira, 17 de maio de 2010

*LAMENTO SOLITÁRIO*

           "Sou como uma veia de metal fria
 
percorrendo uma rua solitária...

Talvez eu esteja escondida no meio das montanhas...


     meus pés se arrastam por um solo bruto e quente::

Estou perdida em um abismo ilimitado...

               em uma noite profunda e sem horizonte...

Ainda não sei sofrer como deveria::
 
 
olhos...salivas...secam...
 
 
dentes...
sorrisos...pecam...
 
 
minha meta é andar... sair do lugar...
 
sem casa...
 
      sem canto...
 
             sem encanto...

Esta grande noite me assusta::

  é a angústia que me oprime?

A angústia da metrópole que me enterra até o pescoço?
 
Enxergo corpos em toda direção
 
sou mais um...
menos um...
 
diante de toda multidão!
 
                  ...singular no plural
 
     Não sou a
matemática solitária::
 
Sou o
'só' que se perde no conjunto...
 
      Lamento...
 
              Sentimento...
 
                     Tormento...

Minha boca, como ferida, pede apenas que seja fechada.

     ...minhas mãos estão presas ao corpo como um cão indiferente.
 
Procuro por um grão...para dividir um pão...
 
       Procuro por um sorriso
... para dividir amigos...
 
Durmo
sem deitar...
 
     Castigo
sem mastigar...
 
Coração sem lar...
 
          Onde
eu vim parar?
 
Não importa...
 
...hoje vivo 
sem par...
 
      Existência pede clemência!
 
Sono
com abandono...
 
           travesseiro
sem dono...
 
Insônia vazia
 
               alegria com azia
 
Não importa...
 
         sigo abrindo a porta
 
às vezes reta...
 
          
às vezes torta...
 
Será que estou morta?

              ...senhor mantenha-me acordada ao menos uma vez."

(Julieta Menezes)
 
 


 

sexta-feira, 2 de abril de 2010

*FELICIDADE* (poesia escrita no vôo do dia 21/04/09 as 5:20h)

 

"... a felicidade não está no cartão de crédito...

felicidade não se encontra na prótese de silicone

ela não está nem

dentro

nem

fora

nem

longe

nem

perto

 

ela está em VOCÊ

    quer saber a verdade?

VOCÊ é a <FELICIDADE>

Não a procure em caminhos diversos

Não acredite sempre no que te dizem

Não só enxergue o que teus olhos vêem

A FELICIDADE não chegará até você

Compreendo que é difícil de entender

Amor hoje se vende

Não se sente...

Beijo se pede

Não se dá...

Por isso que é tão difícil de aceitar

Nada disso pode ser ensinado

Mas sim experimentado

A experiência nos leva ao sentimento

O sentimento nos leva ao encontro consigo mesmo

Esta é a beleza da vida

Bem...

Só posso falar por mim

Sou consciente do tempo, dos segundos e da hora...

Mas também sei que a FELICIDADE não está no amanhã

Acredite: < ela está no agora>

Ela é o momento

De puro sentimento

Jogue fora os padrões

Delete-os

Eles não servem para nada

Só para o aprisionamento

É assim que quer viver o momento?

Não escrevo absurdos

Não busco por produtos

Da árvore somos o fruto

Não entenda como insulto."

(Julieta Menezes)

 

quarta-feira, 24 de março de 2010

*MEU PAI*(22/03/2010)

 

"Hoje aprendi com meu pai...

Que o pouco é muito

Que o melhor da vida é a própria vida

 

Hoje aprendi com meu pai...

Que um gesto é a existência

Que o 'detalhe' faz a diferença

 

Hoje aprendi com meu pai...

Que respirar é mais importante que o 'abrir' dos olhos

Que o 'sorriso' é nossa telepatia

 

Hoje aprendi com meu pai...

Que todos são especiais

Que o amor pode crescer ainda mais

 

Hoje aprendi com meu pai...

Que a elegância está no caráter

Que alegria mora na alma

 

Hoje aprendi com meu pai...

Que obstáculos são superados

Que seus filhos são por ele amados

 

Hoje aprendi com meu pai...

Que a bondade nasce

Que a esperança não é a última que morre, ela simplesmente não morre...

 

 

Hoje aprendi com meu pai...

Que o amo mais do que ontem

Que amanhã amarei mais que hoje

 

Hoje aprendi com meu pai...

Que não existe melhor professor

Hoje aprendi com meu pai...

Que a melhor escola é o 'amor'."

 

(Julieta Menezes)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

*INTERVENÇÃO CORPORAL*

 

"Pensar em um corpo que se move é como mergulhar em um oceano de indagações inconscientes, transgredir a matéria, a carne, o que se toca. 

Ser o corpo que se move, que dança, balança, inventa  e reinventa não só movimentos, mas sentimentos que se transformam em forças criadoras, é como transcender a visão, seguir a pulsação do coração, este sai do centro passeia por todo corpo e se esconde nos pés do bailarino. Agora confio no meu corpo, ele é genial, me equilibra no desequilíbrio e me conscientiza no inconsciente, o corpo invertido brinca com a física; a gravidade é o desafio do êxtase, é preciso sair da lógica e do racional, da sua casa, da sua casca, nascer para você, sair em direção ao mundo, isso é se conhecer. 

Ser o corpo que dança é muito mais do que pensar em um corpo que se move, o bailarino enxerga com as plantas dos pés e toca com os olhos rumo ao infinito. A visão caminha ou a vida paralisa quem não sabe andar, coloca um pé na frente do outro, quem sabe coloca um olho diante de cada pé que o move. Respiro e me desperto, danço, salto, corro, o equilíbrio está nos meus pés, lá onde o coração pulsa intenso, construído como um refúgio ou um hábitat, nasce como uma partitura musical, ângulos diferenciados, desvios calculados, a matemática do corpo busca a paz do plano, o ouvido escuta o silêncio visceral do corpo que se move, que dança e se contorce, o sensível não se esconde na carne, mas transpira por cada poro da epiderme,ultrapassando os mais ínfimos limites do humano. Danço não apenas para encantar ou me mostrar, mas para me entender, me enxergar; a alma é meu espelho, reflete não somente as curvas do meu corpo, as contrações dos meus músculos e o sorriso na minha face, mas principalmente os meus sentimentos, dos mais simples aos mais complexos, tudo é tão intenso que me aquece e me nutre até os limites mais íntimos da vida.

Ser o corpo que se move não é se prender a regras e estabelecimentos formais, é se despir emocionalmente nos contornos da rua, ao redor do meu corpo encontra-se o caos das avenidas turbulentas de ar irrespirável, espalhados por asfaltos, calçadas e esquinas. Individualizo-me na multidão, escrevo com meu corpo a minha história. A carne, o sensível, o corpo é meu saber, aprendo o sentido da vida com cada movimento que dança em mim, nenhuma regra, nenhuma ordem pode atrapalhar minha 'felicidade cultural', carregada de sabedoria e sagacidade, sem lógica, sem cálculo, dispondo apenas de um espaço de paz, nossos corpos ainda podem ser acolhidos livremente pelo forte vento e pelo grande sol neste ano de 2010. Se meu corpo se entrelaça com os espaços urbanos que se multiplicam constantemente, meu tempo se enlaça com os tempos da terra, da evolução e da história, quantos dias e noites minha carne constituída de verbo, ora música, ora dança, permanecerá dançando em equilíbrio instável sobre todas suas partes, segura e insegura, pontiaguda e cortante ao sabor desta imensa vida que vibra nos contornos do universo em movimento? Quanto ao meu corpo que dança não lamento ter sofrido nenhuma queda, hematoma, corte ou medo, a sensação guia a vida, vivo intensamente a alegria, a dor, a agonia e a aflição dos gritos ensurdecedores.

Ser o corpo que se move é sobreviver à cegueira da humanidade, ele não se ilude, mas silencia, ele diz a verdade, mas nós a ouvimos mal. Fugir da dor? Do medo?

O corpo não pode ser covarde, a coragem é a qualidade do 'guerreiro', a dor faz do meu corpo o que sou hoje, sou o que danço. Na 'escola da vida' meu corpo vai as ruas, voa e aterrissa, em cada 'intervenção' mergulho na aprendizagem dos gestos, na escuridão do meu sangue, nos pensamentos que não penso;saber é esquecer. O movimento ágil e a passagem para ação exigem um certo tipo de inconsciência, pois assim habito melhor meu corpo  e posso comandá-lo, esqueço dele, pelo menos em parte. O corpo que dança não pode ser ausente, um transparente mudo, um ponto do mundo sem lugar, um não-eu, preciso sentir meu corpo se desarticular, o músculo se afastar, preciso ouvir os lamentos do meu corpo para chegar ao silêncio, preciso infinitamente 'dançar'!"

(Julieta Menezes)

   

sábado, 21 de novembro de 2009

*LAMENTO*

"Por hoje eu só lamento/

De ver tantas pessoas infelizes/

Rostos vazios/

Expressão passiva/

Enxergo medo.../

Desespero.../

Apelos.../

Por hoje eu só lamento/

Das pessoas não sentirem/

O que eu sinto.../

Entristeço-me não só/

Com a sujeira no chão/

Mas principalmente com os restos/

De lixo acumulados no coração.../

Por hoje eu só lamento/

Pela água que não te limpa/

Pela comida que não te alimenta/

Pela vida que não sentes/

Só preciso de espaço/

Para ser quem eu sou/

Para sentir o sabor/

Não da tua comida/

Mas o gosto da vida/

Hoje eu só lamento/

O concreto que te sufoca/

A televisão que te engole/

E a ambição que te persegue/

Feliz daquele que sente/

O cheiro do vento/

A melodia das flores/

E o sabor do pensamento.../

Feliz daquele que tem/

O olhar de uma criança/

E a sabedoria de um velho/

Feliz daquele que consegue/

Enxergar o amor/

Nas profundezas do olhar/

Sem precisar mergulhar.../

Por hoje eu só lamento/

Não ter pagado as minhas contas/

Fingir viver em um faz de conta/

De não poder ir embora/

Sem se preocupar com a hora/

Por hoje eu só lamento/

Ter que lamentar/

Ter que chorar/

Ter que me olhar/

E não conseguir me perdoar. "

(Julieta Menezes)

sábado, 31 de outubro de 2009

*CONCRET JUNGLE* (TRADUÇÃO)

 

Primeira trilha da 'Intervenção Urbana', sinceramente não imaginava outra música para expressar através da dança meu sentimento em relação ao caos urbano que vivemos hoje...

É inspirada na letra de Bob Marley, cantada por minha amiga Carol, que surge o projeto "Intervenção urbana", no qual grito corporalmente todos os fantasmas que transitam nesta selva de concreto...

 

 

*Selva de Concreto*

Nenhum sol vai brilhar no meu dia hoje

A alta lua amarelada não sairá pra brincar

A escuridão tem coberto minha luz

E transformou meu dia em noite

Agora onde o amor está?

E pode ser encontrado?

Alguém vai me contar?

Pois a vida, doce vida, deve estar em algum lugar para ser encontrada

Ao invés de selva de concreto onde viver é tão mais difícil!

 
 
 

Selva de concreto,

Cara, você tem de dar tudo de si

Mesmo sem correntes nos pés,

Não estou livre...

Sei que estou aqui preso em cativeiro

Jamais conheci a felicidade

Nunca soube o que é uma doce carícia

Vou sempre gargalhar como um palhaço

Ninguém vai me socorrer por que

Devo me erguer sozinho deste chão

Nesta selva de concreto

Eu digo o que você tem agora para mim?

Selva de concreto,

Ah porque você não me deixa SER agora...

 
 
 
 
 
 
 

(BOB MARLEY)

 

domingo, 18 de outubro de 2009

*MADRUGADA*

 

"Entro madrugada adentro
as horas vão se passando,
mas não quero dormir

Eles estão todos aqui
uma grande reunião de sentimentos
resolveram vir todos de uma vez só

Como é possível as lágrimas rolarem de tristeza e de alegria,
de claridade e de escuridão,
de culpa e de compreensão,
de medo e de esperança...

Quero gritar
um grito silencioso...
pois, que ouvido irá compreender
o que este coração enlouquecido
clama...
anseia...
pelo socorro
que parece estar em nenhum lugar...

Olha para todos os lados
mas a solidão prevalece
ao ver que ninguém pode ouvir
todos estão tão longe...

Não posso dormir
não quero acordar dentro do mesmo vazio
repetindo as mesmas coisas
quero morrer e renascer a cada dia

Não posso dormir
tenho receio de me acalmar
de não mais sentir esta loucura
de acordar e continuar dormindo
como todos que vivem aquela mesma coisa repetida, sem vida
como máquinas direcionadas por um sistema...inconscientes...

Não, não quero dormir!
eles estão todos aqui
não posso deixá-los ir
acordados na hora em que o corpo iria dormir
este, que agora tratará de agüentar
esses visitantes barulhentos
que desarrumam toda a casa

Os olhos a inundar todo o corpo
o corpo a se arrastar pelo chão
e o peito, quase sem respiração...
tocando fogo...
queima...
queima...
....o sol já vai chegar!"

 

(Caroline Prudente)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

*SILÊNCIO*

Poesia escrita em Dezembro de 2008

 

" Sofro o sofrido

Sofrido do silêncio

 

 

Silêncio das palavras tuas

 

Ausência dos seus pensamentos

 

Sofro com violência

 

Me espanco sozinha

 

Me reparto ao meio

 

E o meio divido em pedaços

 

Me isolo

 

Me ignoro

 

Sofro sem preço

 

Hoje me entristeço

 

 

Sofro o sofrimento

 

Sofrido do silêncio

 

 

O sol se apagou

 

A lua derramou

 

Sentimentos

 

Momentos

 

Sentimentos

 

Movimentos

 

Te espero

 

Te ilumino

 

Te entristeço

 

Te reconheço

 

Te abraço

 

Sem amasso

 

Te amo

 

Sem aclamo

 

 

Sofro o sofrido

 

Sofrido do silêncio

 

 

Sofro o sofrimento

 

Choro neste momento

 

Sofro o perdido

 

Atiro-me no abismo

 

Esqueço-me por enquanto

 

Choro aos prantos

 

Sofro

 

Reconheço

 

Silêncio

 

Momento

 

Calo

 

Isolo

 

Durmo

 

Assusto

 

 

Sofro o sofrido

 

Sofrido do silêncio."

 

 

(Julieta Menezes)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

*DANÇO*

"Vivo o balanço da dança
Danço o meu momento
Enquanto todos se cansam
Eu apenas danço


No balanço sigo o sentimento
Sinto o que está por dentro
Me satisfaço com o movimento
Mostro meu talento


Sou a carne crua
Sou a esperança nua
Sou a artéria
que pulsa
Na velocidade avulsa


Transformo sombra em luz


Escuridão em imensidão


Lento em rápido


Tristeza em alegria


Sei da minha potência
Sei o sabor da minha existência
Sofro pela humanidade
Quero toda a verdade


Sou o caminho sem volta
Sou o vento que sopra
Sou o silêncio da conversa
Agora na sua porta


Sou o olho que cheira
Sou o cheiro que sente
Sou o ouvido que gosta
Sou o sentido que mente."

 

(Julieta Menezes)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

*RAINBOW*

 

 

 

"Agradeço a família 'arco-íris'

por contribuir para meu renascimento

Buscando viver cada momento...

Agradeço a família 'arco-íris'

que não coloriu apenas a minha íris

mas todo meu coração...

Sei que não preciso agradecer

mas agradeço a cada amanhecer

pelo meu novo viver...

jamais irei adoecer ...

pois todas as cores estão no meu ser...

O que mais irei querer?" (Julieta Menezes)

 

Obs:Esta é minha homenagem a grande e bela família que fiz durante a viagem até 'Alto Paraíso',

este vídeo não é só a lembrança do meu último dia na aldeia, mas o significado mais puro da existência...

Namastê.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

*FOGO*

Obs: Esta postagem foi escrita no 1º blog no dia 24/08/09 e a pedidos está aqui no 'retorno', incluindo todos os comentários...

"Cada cabeça um mundo um "CARALHO",

cada cabeça é a prova concreta da dominação humana,

do descaso e da prostituição barata e perversa,

ser professor não é fácil,

 

é ser um fogo ardente diante de

centenas de instintores em sua volta,

longe de mim ter a pretensão deincendiar o mundo,

 

mas no mínimo de tocar fogo nas pessoas que estão ao

meu lado, meus alunos, minha família!

Meu fogo deve se propagar,

este é o significado mais transcendental do FOGO,

jamais permitirei que

apaguem meu fogo,

APAGUEM meus princípios,

APAGUEM meus sentimentos,

APAGUEM a minha vida!

Prefiro morrer queimada do que permitir que matem-me APAGADA!

E se conseguir tocar fogo em um, dois, três seres do universo,

Matem-me,

pois meu fogo já se propagou e por mais que não esteja neste pequeno planeta TERRA,

minha chama já se instalou!

 

JULIETA MENEZES

 

 

terça-feira, 28 de julho de 2009

*SISTEMA*

::Este pensamento foi escrito no susto de chegar a capital depois de 10 dias vivendo na e da natureza...::

 

" Estou cansada deste sistema

Que te engole até os dentes

O abraço está escasso

O beijo?? Só se for o 'falso'

Todos correndo contra o tempo

Prefiro voar a favor do vento

O tempo para mim é movimento

Não o vejo como um tormento

Todos pensando em somar dinheiro

Mas ninguém divide seu saleiro

E eu o que faço?

Me somo com eles?

OU

Me mato?

Não venha me engolir

Não nasci só pra ouvir

No mundo estou presente

Não só vivo

Mas compartilho

Não só respiro

Mas transpiro

Estou cansada deste sistema

Onde tudo é um problema

Mas ninguém cura o edema

Não quero ouvir palavras

Quero enxergar atos

Chega de maltratos!

Não apontem os erros

Não julguem os defeitos

Expirem os acertos

Joguem fora os 'direitos'

Encontre o seu 'centro'

Abra a porta

Abrace o sol

Seja VOCÊ

E não o que vê

Seja coração

E não só razão

Estou cansada deste sistema

Capitalismo doente

Atos inconseqüentes

Não quero o frio

Prefiro o quente

Desta fruta podre não me alimente

Não me prove que estou errada

Não perca seu tempo

Não adiantará nada

Acredito no saber

Na experiência do viver

A terra precisa renascer

Mas para isso antes precisa morrer

Não é difícil compreender

É só acordar e ver

O mundo está doente

Planto por dia uma semente

Que não mente

Mas sente

Que cresce

Mas não apodrece

Este é o caminho

Semeando a bondade que faz

Sigo o caminho da luz

Alegria é o que me conduz

O sistema precisa ser mudado

E não apenas moldado

Talvez seja melhor ser acabado

Para só assim ser melhorado

Que venha a 'NOVA ERA'

O passado? Sinto muito...mas JÁ ERA..."

(Julieta Menezes)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

*SHIVA*

 

::Garaudy escreve em seu livro ("dançar a vida") assim:

 

"A dança de Shiva exprime as cinco atividades divinas:

 

a criação do mundo - pois do ritmo da dança o universo nasceu e se expande;

 

a manutenção deste universo - pois o equilíbrio deste cosmos em movimento incessante só se conserva pelo ritmo da dança;

 

a destruição - pois as formas se destroem para que outras possam nascer infinitamente, e Shiva dança em meio às chamas dos palácios incendiados;

 

a reencarnação - pois a dança de Shiva mostra o percurso através de diversas vidas, para além das ilusões de existências limitadas;

 

a salvação, enfim,ou a libertação - última pela qual cada um toma consciência do que é por toda a eternidade:

 

um momento de atividade rítmica de Shiva, o deus que dança" Perfeito, não?

 

Julieta escreve em seus pensamentos ( "dança é vida") assim:

 

Sou o seu reflexo

 

De repente não falastes nitidamente e nem escrevestes verbalmente,

 

mais como sou um ser que acredita na linguagem corporal

 

e por meio dela nossa harmonia é universal.

 

Muitas vezes não precisamos das palavras,

 

da fala,

 

nem muito menos da escrita,

 

posso falar qualquer coisa,

 

ler qualquer coisa

 

e escrever qualquer coisa,

 

mais meu corpo não pode transmitir qualquer coisa,

 

ele é meu instrumento sentimental mais verdadeiro,

 

com ele que me expresso,

 

com ele que danço,

 

e a dança jamais pode ser mentirosa e falsa,

 

pelo menos a minha dança não poder ser dessa maneira,

 

nem minha dança e nem eu,

 

pois eu sou a dança,

 

assim como Shiva é o Deus que dança,

 

meus braços se tornam vários,

 

minhas pernas inúmeras

 

e meu corpo as mais diversas danças do universo.

 

"O deus Shiva está em mim".

 

(Julieta Menezes)

sábado, 30 de maio de 2009

*HOJE*

"A lua aparece ................... o dia escurece

Vejo anjos de asas cortadas

Tanto chão

Tanta terra

Tanto nada

A lua aparece ............ o dia escurece

Vejo anjos de asas cortadas

Pouco céu

Pouco véu

Pouco mel

Hoje quero voar bem alto

Quero ficar bem longe do asfalto

Quero toda minha liberdade

Chega de ansiedade

Nada de trabalho

Ser 'escravo    '?Um 'caralho'

Quero a felicidade

Não vou esperar ter mais idade

O 'HOJE' é minha verdade

O 'passado' só traz boas lembranças

E do 'futuro' só resta à esperança

Mas o 'HOJE' é a minha dança...

Uma dança sem marcação

Uma dança com ação

Fluindo na contramão

Da lógica

Da semiótica

Uma dança:

Sem compasso

Sem espaço

Danço a 'dança da vida'

Sem ida

Sem saída

O 'HOJE' é a felicidade

Pois esta tem validade

HOJE voarei bem longe

Onde o infinito se esconde

Nas águas irei dançar

Na natureza morar

Para ninguém me achar..."

 

(Julieta Menezes)